PROMESSAS DA VIRADA


Por que fazemos tantas promessas a cada ano que se inicia? Por que prometemos para cada novo ano: comer menos, fazer caminhadas todas as manhãs para perder peso, terminar projetos e empreendimentos, orar com mais periodicidade, ler mais a Bíblia, freqüentar mais a igreja, participar de mais projetos sociais, reencontrar velhos amigos; parece que há uma exigência dentro de cada alma cobrando mudanças sempre que um novo ano começa. O problema não são as promessas em si, elas são até bonitas, apesar de muitas vezes serem tão inócuas; o problema são as subjetividades que movem as suas formulações.
Essas promessas podem representar um grito de esperança em meio à desesperança deixada pelo ano que termina ou apenas uma cobrança psíquica de mudança, fruto de uma sociedade “cigana” que está sempre insatisfeita com o lugar em que está. Coisa de doido...  As promessas também podem representar o produto de uma filosofia de vida medida pelo calendário e não pelo todo da existência. É a vida em doses homeopáticas... Cada ano, uma nova dose: dose de esperança, dose de oportunidades, dose de tentativas, etc... Haja dose!
Talvez seja por isso que as nossas promessas não resistem o frio do inverno do meio de ano. Segundo pesquisas, apenas 10% das pessoas conseguem realizar as promessas feitas até o final de cada novo ano. Richard Wiseman, psicólogo da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, liderou um estudo no qual analisou três mil pessoas que tentavam cumprir várias promessas, como parar de fumar, emagrecer, fazer mais exercícios ou beber menos. No final do estudo e depois de um ano de tentativas, apenas 12% conseguiram manter as promessas e alcançar os objetivos que haviam definido. Isso significa que 88% ficaram nas promessas...
Viver de promessas ou viver das promessas. Isso é o que temos que definir a cada novo ano. Há uma grande diferença em cada conceito. Viver de promessas é viver falando o que se deseja fazer: prometemos no começo do ano e continuamos prometendo a cada novo ano. Ficamos iguais a um carro em ponto morto, ligado, mas sem sair do lugar. Cada promessa é como uma nova aceleração que dá a sensação do: “agora vai...”, mas entra ano e sai ano, tudo continua apenas nas promessas. Viver das promessas é viver motivado por elas, definindo metas e objetivos que coloquem a vida em movimento. Segundo a pesquisa acima citada, o estudo informa que 22% dos homens que conseguiram atingir suas promessas para o novo ano, o fizeram ao definir metas específicas, como perder um quilo por semana em vez de apenas "perder peso".
Quais são as promessas para o novo ano? Onde pretendemos de fato chegar com elas? Para onde elas nos levarão? Como essas promessas se encaixam no todo da existência? Responder a essas perguntas nos ajudará a definir se viveremos de promessas ou das promessas que fizemos para o ano que está começando. Isso é uma questão de atitude. Chega de prometer, é preciso fazer acontecer!
Desejo que todos terminem o novo ano colhendo os frutos das promessas que fizeram na virada. Feliz ano novo!

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