O BIG BROTHER E A IGREJA

A mais de uma década a televisão brasileira vem apresentando os Realy Shows. Sucesso nos USA e em outras partes do mundo, esses programas passaram a fazer parte da mídia nacional. Um exemplo disso está no Big Brother Brasil da Rede Globo.

Para muitos este tipo de programa é apenas mais um entretenimento apresentado pela mídia. O problema é que programas como o Big Brother não visa só entreter; o objetivo é difundir a tão idolatrada cultura competitiva. A sobrevivência no mundo globalizado exige esperteza e a “casa” é um protótipo desse mundo idealizado. O que importa nesse novo mundo são as conquistas, não os relacionamentos. O programa nos remete a um mundo onde o próximo é sempre visto como um concorrente ou adversário que precisa ser eliminado.

Nessa sociedade competitiva somos diariamente cobrados para melhorar nosso desempenho diante da vida. Se quisermos vencer, temos que competir. Se tivermos que competir, logo teremos que estar prontos a usar, manipular até eliminar. O triste é que muitos projetam essa cultura sobre seu ambiente familiar, profissional e até religioso. 

No caso do cristianismo precisamos compreender que a cultura competitiva contraria o evangelho de Jesus, pois transforma os indivíduos em peças num grande jogo - o jogo da vida. O importante é eliminar o próximo para poder ganhar o prêmio no final. Não importam as intrigas, as calúnias levantadas ou as fofocas compartilhadas, o importante é sair vencedor. Na “casa” sempre os fins sempre justificam os meios.

Nós, crente em Jesus, precisamos tomar cuidado para não fazer da igreja uma extensão do Big Brother. Não podemos projetar sobre a igreja a cultura da “casa”. Precisamos rever o nível dos nossos relacionamentos. Não devemos usar o próximo como um meio de alcançar nossos objetivos. Não devemos fazer intrigas visando destruir o outro, e nem usar as fragilidades dos outros para derrota-los. Não devemos colocar ninguém no paredão. A proposta cristã é sempre colocar o outro no coração.

Na igreja de Jesus o próximo não é um adversário que precisa ser eliminado. Nela não deve existir competição, mas comunhão. A convivência na igreja não visa à conquista de um prêmio; a verdadeira igreja será sempre o resultado de pessoas que foram alcançadas pela conquista que Cristo obteve na cruz do calvário.

Enquanto no Big Brother o foco deve ser eliminar, na igreja o grande desafio sempre será o agregar. A vida cristã não é um jogo, mas uma caminhada rumo à eternidade. O que torna esse caminho especial é a sua ênfase na cooperação mútua e nunca na competição mesquinha, que para o reino de Deus torna-se carnal, humana e diabólica; gênese dos grandes fracassos da igreja no presente século. 

Que Deus tenha misericórdia de nós...

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