Mais uma vez a sociedade foi confrontada com a dura face da maldade
humana. No dia 13/11 a bela Paris foi
palco de mais uma cena que chocou o mundo: terroristas ligados ao Estado
Islâmico espalharam pânico no Stade de France, em bares, restaurantes e em uma
famosa casa de shows, o Bataclan. Mais de uma centena de mortos e outras
centenas de feridos foram o resultado de uma sangrenta noite. Não tem como
ficar passivo diante das cenas compartilhadas através da mídia; são imagens que
ficarão para sempre em nossa memória.
Simultaneamente no Brasil estamos acompanhando outro tipo de ataque
terrorista, mais silencioso, porém não menos letal. Estamos acompanhando todos
os dias cenas de políticos e empresários que descaradamente matam sem usar
armas de fogo ou bombas. Esses terroristas fazem da corrupção uma arma de
destruição em massa, roubando a saúde, educação, moradia, segurança e os sonhos
de toda uma população.
A sensação que temos é que o mal virou uma epidemia sem controle. Esses e
tantos outros são fatos que acentuam a convicção de que estamos vivendo em meio
a uma ditadura: “Ditadura do Mal”. Todos
os dias, vemos cenas de assassinatos, roubos seguidos por mortes, chacinas,
mortes em família, crimes de transito e injustiças sociais que deixam a sensação
de que o mal virou epidemia e está ficando fora de controle.
Diante do momento histórico, muitos se perguntam: onde está Deus? Para
inúmeras pessoas, se Deus existe e é todo benevolente (como afirma o
cristianismo) por que então ele permite o crescimento do mal? Se Deus é
perfeito, como o mal pode existir no mundo? Se o mal é real, então de onde ele
veio? Qual é a origem do mal? A consternação diante do mal tem alimentado o
niilismo existente em nossos dias, aumentando assim o vazio de uma geração que
busca sentido para sua própria existência.
As três cosmovisões religiosas principais sobre o mal vem do ateísmo, do
panteísmo e do teísmo. O ateísmo afirma a realidade do mal e nega a realidade
de Deus. Se o mal existe é porque Deus não existe; o panteísmo afirma a
realidade de Deus, mas nega a realidade do mal; o teísmo afirma a realidade de
Deus e do mal. Talvez seja este o grande nó que precisamos desatar em uma
cultura cristã que defende a existência de um Deus presente e cuidadoso. Como
Deus sendo todo poderoso permite tanta maldade no mundo? Em momentos como esses
muitos acabam assumindo posições extremadas negando a existência de Deus ou a
realidade do mal.
Não precisamos negar a existência de Deus ou do mal, basta entendermos
esta questão à luz da visão bíblica sobre o livre-arbítrio dado por Deus aos
homens. Pela Bíblia entendemos que Deus é bom e criou criaturas boas com uma
qualidade boa chamada livre-arbítrio. Infelizmente, elas usaram esse poder bom
para trazer o mal ao universo ao rebelar-se contra o criador. Então o mal
surgiu do bem, não direta, mas indiretamente, pelo mau uso da liberdade dada
por Deus. A liberdade em si não é má... É bom ser livre! Mas com a liberdade
vem a possibilidade do mal. Sendo assim, Deus é responsável por tornar o mal
possível, porém as criaturas livres são responsáveis por torná-lo real. Então,
o mal tem a sua origem na liberdade que Deus concedeu ao homem de fazer as suas próprias escolhas. A origem do mal não está em Deus, mas no coração do homem.
Não adianta encher o país de leis visando restringir o domínio do mal; o
mal não é uma questão sociológica. O que acontece em sociedade é apenas um
reflexo do que cada indivíduo carrega em seu coração.
Que Deus tenha misericórdia de nós!
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