A sociedade ocidental tem
sido vitima de uma distorção do natal. As
pessoas estão vivendo em meio a uma verdadeira psicose natalina. Este período,
muitas vezes, em vez de ser uma época de paz e alegria, se tornou um tempo de
angustia e solidão. Muitos nesses dias sofrem sem saber por quê; sentem um
vazio doentio em meio ao frenesi das festas e comemorações. Marcada por uma
imagem mental importada do primeiro mundo, com suas fantasias infantis, criada
pela neve que cai, os presentes embaixo da árvore de natal e as ceias
maravilhosas com seus variados ingredientes, a sociedade transformou o natal em
um período de grandes expectativas pessoais.
Crianças e adultos
vivenciam um estado de torpor mental, enredados por uma proposta puramente comercial.
Compram, comem, festejam; tudo regado com o mais puro espírito natalino,
criando um estado neurótico coletivo aonde os ritos do natal acabam ganhando
vida própria, influenciando definitivamente as emoções. (Basta olhar para um panetone que o natal vem logo à mente!).
A revista Viver Mente
& Cérebro, publicada pela Ediouro, traz em sua edição de número 169 uma
excelente e intrigante reportagem sobre os fantasmas do final de ano. Para o
articulista Christian I. L. Dunker “a chegada de dezembro desperta angústia,
ansiedade, melancolia e sentimentos vazios de euforia – uma espécie de
enlouquecimento efêmero, do qual poucos escapam”.
Na perspectiva de
Christian Dunker o período do natal pode trazer uma influência tremendamente
negativa para a psique humana, devido às exigências sociais e emocionais deste
período. O presente esperado, que nem sempre chega. Os encontros desejados e
indesejados deste período. As fantasias desmascaradas pela realidade. A ruptura
da rotina. As lembranças dos melhores natais. As celebrações que ficaram na
memória e já não acontecem mais. Nesta “loucura de fim de ano” estabelece-se
uma seqüência de retraumatização que às vezes só se resolvem pela esperança de
um feliz ano novo.
Quando perdemos de vista que a essência do
natal está na pessoa de Jesus, nos tornamos a própria vítima dos distúrbios
emocionais desta época. Quando tiramos o menino Jesus do centro das
comemorações natalinas, e nos concentramos nos ingredientes e símbolos do
natal, somos invadidos por uma angustia às vezes crônica que adoece e deforma.
Vivenciar o período do
natal se tornou um grande desafio, pois exige de cada pessoa um profundo
exercício mental, reafirmando diariamente que o natal não encontra validade
naquilo que fazemos ou ganhamos nesta época, mas no menino Jesus que veio ao
mundo para ser o nosso “maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai Eterno e
Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
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