A PEDAGOGIA DA SOLIDÃO

Existem três tipos de solidão: 1) A solidão auto imposta - É aquela na qual a pessoa procura ficar só seja por motivos sociais, morais, emocionais ou espirituais; 2) A solidão emocional – É a sensação de se estar só, mesmo estando em meio à multidão. Essa solidão psíquica é o prenúncio de muitas depressões; 3) A solidão imposta – é aquela que é fruto do abandono. Por vários motivos, pessoas são abandonadas todos os dias por parentes, cônjuges, amigos, irmãos de fé, correligionários, etc...
O que fazer com a solidão? Como olhar para ela de maneira a agregar valor ao momento vivido?
Devemos ver a solidão como o lugar da grande luta – Como na solidão não temos com quem brigar, o nosso falso eu entra em uma profunda batalha com o nosso verdadeiro eu. O nosso eu social entra em guerra com o nosso eu emocional. Nessa batalha, o “parecer” entra em batalha com o “ser”. A solidão não acolhe fingimentos e falsidades… Na solidão, a nudez da alma se levanta para reconquistar seu lugar no ser. A solidão pode se tornar o caminho da ressurreição do verdadeiro eu.  
Devemos ver a solidão como um meio de restaurar o valor do silêncio – Nesta sociedade carregada do barulho das falas, sussurros e gritos, a solidão restaura o valor do silêncio. Na solidão o barulho que passa a incomodar é o barulho da mente; os pensamentos vêm e vão, até cair no fluxo dos sons do nosso coração e do coração de Deus. O nosso verdadeiro eu clama por silêncio!
Devemos ver a solidão como a fornalha da transformação – A solidão é o lugar do grande encontro com Deus. Na solidão somos nós e Deus; o encontro é sem as mascaras criadas pela religião. Na solidão não existe lugar para hipocrisia. A solidão acaba com as nossas muletas emocionais e espirituais nos fazendo encarar a realidade do nosso relacionamento com o Pai. Nesse encontro transformador vencemos a força devastadora da solidão, pois aprendemos o verdadeiro sentido das palavras de Jesus, quando ele afirmou: “nunca estou só, porque o Pai está comigo”.
Passar pela experiência da solidão é inevitável no drama da existência. A maneira como vamos encará-la é o que vai determinar o seu resultado imediato e duradouro em nós. 

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