Certo
professor vivia preocupado com seus alunos e a sua vocação profissional. Percebia
muita displicência nas aulas. O nível de atenção estava muito baixo; os alunos não
decoravam mais os textos exigidos; não conseguiam refletir profundamente nos textos
aplicados. Filosofia, nem pensar! O negócio deles era viver de fantasia e
ilusão.
Ficava
em crise porque seus alunos não gostavam de reflexão. Passou a observar que as
leituras não faziam parte de suas maiores motivações: gostavam apenas de
imagens. O visual era o negócio deles; assistiam horas de filmes, mas não queriam
investir poucos minutos nas leituras. Queriam sempre ver e sentir. Valorizam
mais as sensações do que as percepções racionais. Não se preocupavam em
escrever correto, o importante era expressar seus sentimentos nas palavras. Eram
tanto superficiais nos conteúdos, como eram nas palavras. Comiam letras,
criavam vocabulários, abreviavam pensamentos, tudo que contrariava as normas
que o mestre tanto prezava.
Quanto
mais o professor percebia a discrepância entre sua ação e a de seus alunos,
ficava mais desesperado e desmotivado. Sentia-se confuso porque parecia que estava caminhando em uma direção, enquanto os alunos em outra. Parecia que seus alunos não queriam mais
ouvi-lo. Valorizavam mais as informações do mundo on-line, do que suas aulas.
Chegavam com novos e variados aprendizados a cada manhã, sem passar por suas
matérias. Os alunos não estavam aprendendo mais somente na escola, pois o mundo
estava se tornando uma grande universidade. A mídia e a internet estavam
chegando mais rápido à mente e ao coração de seus alunos.
Diante
de todo este quadro, o professor pensou: meus alunos não precisam mais de
mim! Minha profissão acabou! Sou um ser em extinção, nesta era da informação.
Desanimado,
encontrou pelo caminho um sábio que lhe perguntou: Por que andas desanimado?
Não sentes mais alegria com teus ensinos? Pensas não ser mais útil para a vida
de seus alunos? Estás triste pelo volume de conhecimentos que recebem sem suas
orientações? Se sentes em desvantagem em meio a esta geração informatizada. Disse
o sábio: “Não desanimes de sua vocação, continues como sempre fostes, dedicado,
animado e motivado. Lembre-se de que a sociedade não espera mais vê-lo como o
detentor do saber, mas como o mediador do mesmo. Não reduzas seu valor, você é
como um timoneiro na viagem da aprendizagem rumo ao conhecimento adequado”.
O
professor percebeu seu valor, redefiniu sua trajetória e assumiu sua vocação. Passou a ver seus alunos como pequenas e grandes embarcações que, no meio deste mar de informações, precisam
sempre de um timoneiro que lhes conduza rumo ao porto seguro do saber.
“Feliz Dia do Professor!”
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